Quais são as opções para fazer a cobertura de uma construção?
Uma dúvida muito comum entre os que estão interessados em realizar uma obra é o tipo de cobertura a utilizar. Qual é a cobertura mais eficiente? Qual é a mais bonita? Qual esquenta menos o ambiente? E assim por diante. A verdade é que existem muitos tipos e variações e a cobertura pode ser algo difícil de imaginar porque exige um pensamento tridimensional. O arquiteto Roberto Simões costumava chamar a cobertura de “a quinta fachada do edifício” para chamar atenção a um ponto que muitas vezes acaba sendo deixado de lado e, na verdade, qualquer que seja a construção, é parte fundamental do projeto. Vamos analisar brevemente questões relacionadas com cada tipo de cobertura existente para que você se familiarize um pouco com as opções que o mercado oferece atualmente.
Lajes
As lajes planas estão entre as coberturas mais comuns no mundo inteiro. Do Brasil à Sibéria, são largamente utilizadas em todo o tipo de construção. Um dos maiores problemas que o sistema enfrenta - e receio de muitas pessoas - é como realizar a impermeabilização, fundamental nesse sistema. A impermeabilização de lajes pode ser realizada de várias formas. Há pinturas impermeabilizantes, mantas de diversas naturezas, telhas metálicas ou de fibrocimento sobre laje e a manta asfáltica. A manta, se bem instalada, com caimentos corretos e proteção mecânica (isto é, , continua a ser uma das melhores soluções para lajes planas. Mas deve-se tomar muito cuidado ao contratar a empresa que vai executar a instalação, porque problemas podem demorar algum tempo para aparecer e, quando ocorrem, o prejuízo pode ser grande e a solução é geralmente complexa e trabalhosa. A eficiência térmica de uma laje varia muito em função do seu projeto estrutural, sua solução de impermeabilização e acabamento final. No entanto é possível prever mantas isolantes térmicas a serem utilizadas em conjunto com a laje para melhorar sua eficiência. Enquanto a impermeabilização e o peso que uma laje plana exerce sobre a estrutura da construção são os pontos fracos desse tipo de cobertura, podemos destacar três pontos fortes do uso desse sistema: plasticamente, a laje plana pode se tornar muito bonita e evita que a construção seja se torne muito vertical. É possível usar a cobertura como um terraço, se ela for calculada para tal, e esta pode ainda ser um teto jardim, solução interessantíssima para coberturas e muito adequada para nosso clima. Por fim, vale destacar que uma laje, calculada corretamente, facilita uma posterior expansão vertical da construção sem grandes incômodos.
Telhados
No Brasil, ainda mais comum do que as lajes, são os telhados. Basicamente o telhado é um sistema misto de cobertura (as telhas) com um sistema de sustentação (o madeiramento). As telhas podem ser de diferentes acabamentos e materiais. Elas podem ser esmaltadas, coloridas, naturais. E ainda existem as famosas telhas de cimento, as tégulas, que se encaixam perfeitamente umas na outras. As maiores variações entre tipos de telhados ocorrem em função do tipo do desenho da telha. Existem muitos tipos no mercado e podemos citar telhas tipo Francesa, Colonial, Plan, Romana, Portuguesa, Americana, Germânica, entre muitas outras. O que muda entre elas é o design da peça e a forma com que ela conduz a água e se encaixa com a telha ao lado. A escolha do tipo de telha é fundamental, pois determina a inclinação que o telhado deve ter para que não haja infiltrações. A telha Portuguesa, por exemplo, necessita de 30% de inclinação do telhado, enquanto a telha Plan 26%, o que já resulta em uma razoável diferença na altura total da construção. O sistema de sustentação do telhado é composto, de maneira simplificada, por terças (as peças mais robustas do telhado) que sustentam os caibros (as peças intermediárias), que por sua vez sustentam todas as ripas (as menores peças, estreitinhas) onde se encaixam as telhas. O telhado deve ser sempre realizado com madeira apropriada, mas como o uso dessa solução é muito intenso no país, é bastante fácil de encontrar bons revendedores. Também é interessante prever um tratamento de verniz para estas peças, assim como para cupins, para que o telhado dure muito mais. Existem as mantas de subcobertura que conduzem um eventual vazamento de uma chuva de vento para que não pingue dentro da construção e ao mesmo tempo melhoram o isolamento térmico. As mantas de subcobertura são ótimos acréscimos a um custo baixo, embora os telhados por si só tendam ter resultados térmicos muito bons por conta de dois fatores: o pé direito mais alto (forma-se um colchão de ar entre o talhado e o forro) e a inércia térmica das telhas de barro.
Metálicas
Cada vez mais utilizada no Brasil, as telhas metálicas podem ser simples ou do tipo sanduíche, que são um conjunto de duas telhas com isolante térmico entre elas. Os desenhos dividem-se basicamente em onduladas, trapezoidais e telha forro. Cada um desses desenhos possui diversas variações, que por sua vez permitem vãos e inclinações diferentes. As telhas metálicas podem ser em aço ou alumínio, e ter acabamento galvanizado, anodizado, pintura eletrostática e outros, dependendo do fabricante e/ou do material utilizado. As grandes vantagens desse sistema são a baixa inclinação necessária para instalação e a leveza, o que poupa a estrutura, tornando-o muito adequado caso esta seja metálica ou de madeira. Também vale a pena citar que é um sistema bastante rápido de se montar, o que pode se mostrar uma grande vantagem em um canteiro de obras. Uma novidade recente é a possibilidade da utilização de um substrato de borracha que pode ser aplicado sobre as coberturas metálicas para que nele cresça um jardim, formando um teto jardim não acessível. Para quem está interessado em construções rápidas, secas e leves, mas gostaria de um teto jardim, essa solução pode ser muito apropriada.
Fibrocimento
As telhas de fibrocimento, muito conhecidas até hoje como “telhas de amianto”, por serem realizadas com esse material até a década de 80, são uma opção com custo baixo. Embora geralmente sejam repudiadas por obras de alto padrão por serem muito utilizadas em construções simples, houve na arquitetura moderna dos anos 70 toda uma vertente que produziu obras muito elegantes utilizando esse tipo de cobertura. Isso mostra que não é o material que mais importa, mas sim o projeto e a forma em que foi pensado dentro do conjunto. As vantagens desse sistema são o custo baixo e a praticidade de aplicação, mas sem um projeto cauteloso há o risco de o ambiente ficar quente demais ou com um aspecto simplório. Existem ainda muitos outros tipos de cobertura, utilizados em uma escala menor do que os citados. Assim como os outros possuem vantagens e desvantagens, mas caso se interesse por algum deles, vale a pena considerá-los junto a um profissional para checar se é interessante incorporá-los a seu projeto. Podemos citar coberturas com vidro, pergolados, retráteis ou flexíveis. Há ainda as coberturas tensionadas, com telhas de madeira, o telhado de sapé; as telhas shingles, de cobre, de ardósia; coberturas pré-moldadas de concreto, coberturas metálicas zipadas, e muitos outros. Tenha em mente uma idéia de conjunto. Como sua cobertura dialoga com as paredes e a estrutura de sua casa? Você deseja uma casa mais robusta ou mais elegante? Qual a importância do conforto térmico onde imagina construir? Você gostaria de um teto jardim? Tendo essas questões em mente, você e seu arquiteto certamente escolherão a mais adequada. A pior opção é fazer por fazer e não conhecer toda a infinidade de alternativas que a construção civil oferece.
Fonte: Casa e Imóveis